terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

10 coisas para fazer em Recife

Vista da rua da Aurora, à noite. Foto SenturPE
Uma das sedes do mundial de futebol, a capital pernambucana certamente foi uma boa surpresa para os turistas que estiveram aqui nessa época, e que irão vir em outras. Comumente associada (e com razão) aos tubarões de Boa Viagem, o Recife mostra que o nordeste brasileiro pode ser muito mais do que praia. E o é.
A cidade, que foi um dos principais portos do mundo durante o século XVII, é atualmente a mais rica metrópole do norte-nordeste e a terceira mais densamente habitada do país, atrás só de São Paulo e Rio. Ocupa o quarto lugar no Brasil entre as cidades com a economia mais desenvolvida nos lugares emergentes do mundo, de acordo com pesquisa realizada pela Mastercard Worldwide. Tem ainda a maior taxa de alfabetização, a maior renda média domiciliar mensal, o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) e a menor incidência de pobreza do norte-nordeste do Brasil.
Recife tem a segunda maior rede de metrô do Brasil, e a terceira em movimentação. O metrô do Recife, aliás, era o único em operação no norte-nordeste até pouco tempo (Salvador inaugurou o seu recentemente), e é a melhor opção para chegar à Arena Pernambuco, palco dos jogos da Copa. A Arena fica em São Lourenço da Mata, um dos 15 municípios que integram a Região Metropolitana do Recife, que tem 3.859.445 habitantes, de acordo com o último Censo. Recife também é polo médico, com uma rede complexa de hospitais públicos e privados; vem sendo sede de grandes eventos e tem alta taxa de turismo de negócios.
Culturalmente fervilhante, é berço de muitos artistas plásticos, atores, músicos, compositores, poetas e escritores. Tem uma vibe diferente, meio da noite, do alternativo, da liberdade, da libertinagem, do cabaré, do proibido. Uma coisa cosmopolita. Uma coisa Carnaval. Mas Carnaval de rua, daqueles que ninguém sabe quem é pobre e quem é rico, quem é preto e quem é branco, quem é hétero e quem é gay. Porque Recife é assim mesmo: a maior cidade pequena do mundo!

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E aqui você tem uma lista das 10 coisas imperdíveis na cidade. Confira:

1 . Ir à praia e só molhar os pés

Placas de alerta à ataque de tubarões. Foto: Blog Estadão
Recife tem poucas praias urbanas e Boa Viagem é a mais conhecida delas. Mas se você for à praia no Recife e vir um banhista, pode saber que ele é turista. Recifense não toma banho de mar! Pelo menos, não no Recife. Devido ao grande índice de ataques de tubarões, ir à praia, para o recifense, é sentar numa barraquinha, tomar cerveja com caldinho (que aqui no Recife, não é sinônimo de sopa), conversar e sentir a brisa. A barraca mais conhecida e bem frequentada é a do Pezão. Todo mundo sabe onde é.
- Não deixe de tirar uma foto em uma das muitas placas de proibição de banho. Todos os turistas fazem isso.

Leia também: 12 curiosidades que provavelmente você não sabia sobre Recife

2. Passear pelos rios da cidade

Passeio pelos rios da cidade. Foto: Catamaran Tours
Com fama de ‘Veneza brasileira’, Recife é cortada por seis rios e vários canais. Ainda está sendo estruturada a linha de transporte coletivo urbano pelas águas do Capibaribe, mas, enquanto não fica pronto, dá para turistar. Para ver a cidade de outro ângulo, vá ao bar Catamaran (bairro de São José) e faça um passeio de barco, sob as pontes. Ou, se estiver no bairro do Recife Antigo num domingo, há saídas da praça do Marco Zero de hora em hora, e o preço é mais em conta (R$40,00 por pessoa).

3. Experimentar sabores diferentes

Foto: SenturPE
A comida pernambucana tem sabores únicos, e vem pleiteando junto à Unesco o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, dado apenas às regiões com culinária autêntica, como a mexicana. Diferente de outras partes do Brasil, em Pernambuco se come sua gastronomia diariamente. Para encontrar essas delícias, visite os mercados da Madalena, Encruzilhada ou Boa Vista (Recife não possui um grande mercado central, mas vários mercados menores e bem estruturados nos bairros), além do Restaurante Parraxaxá que tem duas unidades: uma em Boa Viagem e outra em Casa Forte.
- Não deixe de provar o arrumadinho de charque, o escondidinho de carne de sol, a tapioca e o bolo de rolo.

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4. (Tentar) Dançar frevo e forró

Frevo. Foto: SeturPE
Como a Copa do Mundo Fifa 2014 coincidiu com a festa de São João, muitos turistas tiveram a ótima oportunidade de conhecer o forró, cujo pernambucano Luiz Gonzaga foi seu maior divulgador. Na capital e no interior, várias festas tocando o pé de serra genuinamente pernambucano. Para dançar nesse período, vá a um dos muitos arraias ou à Sala de Reboco (conferir programação no site http://www.saladereboco.com.br/agenda.php). Em contrapartida, o pessoal do frevo pode estar descansando ou em estúdio, depois das folias de Momo. Mas se você quiser curtir uma ressaca de Carnaval, é só ir ao projeto Quintas do Galo, promovido pelo Galo da Madrugada. Toda quinta-feira tem show e é como se fosse Carnaval o ano todo.

Forró. Foto: Setur PE

5. Com mais 7km, conhecer a linda Olinda

Centro Histórico de Olinda. Foto: SeturPE
Visitar Recife e não conhecer Olinda é um desperdício. A vida, em Olinda, tem outro ritmo. Sem pressa, sem “aperreio”. Ande devagar, fale devagar, coma devagar. Separe um dia para percorrer as ladeiras históricas da cidade. Se algum dos guias da ACMO se apresentar e você tiver interesse pelo serviço, vá sem medo. Pode confiar. Visite as igrejas seculares, o Museu do Homem da Meia-Noite, o Mercado da Ribeira, os vários ateliês de artistas locais. Sinta o clima da cidade! Para coroar o passeio, suba ao Alto da Sé para comer uma tapioca, tirar fotos incríveis e ter a melhor vista do Recife.

Veja também:
O que visitar em Olinda
12 curiosidades que você provavelmente não sabia sobre Olinda



6. Viajar no tempo no Recife Antigo

Praça do Marco Zero. Foto Divulgação
O Bairro do Recife, onde surgiu a cidade, guarda a lembrança das várias fases da cidade. Lá podem ser vistos os muros da cidade fortificada portuguesa, a herança judaica dos holandeses, a decadência dos antigos cabarés da zona portuária e a modernidade do Porto Digital, polo de desenvolvimento de softwares. Os galpões do antigo porto estão sendo reformulados e ganhando nova cara pelo projeto Porto Novo Recife. Já foram inaugurados o Centro de Artesanato, o Terminal Marítimo de Passageiros e o Cais do Sertão. Vale conferir o Marco Zero, a Rua do Bom Jesus, a Rua da Moeda, a Praça do Arsenal, a Praça da República, o lindo Teatro de Santa Isabel.

Rua da Aurora. Foto SeturPE

7. Se impressionar com a arte da família Brennand

Oficina Francisco Brennand. Foto SeturPE
Juntos, os primos Francisco e Ricardo Brennand têm um império de arte. O artista plástico mundialmente famoso Francisco Brennand mantém, em sua oficina no Engenho do Meio, um deleite para os olhos. Suas obras estão expostas a céu aberto, num lindíssimo jardim com lago, fonte e tudo. No fim do passeio ainda dá para fazer um lanchinho e adquirir uma de suas obras no Café Brennand.
Do outro lado do Capibaribe, no bairro da Várzea, o primo colecionador Ricardo Brennand construiu seu castelo, onde expõe peças de arte e armas de várias partes do mundo. Destaque para a exposição permanente das telas de Franz Post e Albert Eckhout, artistas holandeses trazidos ao Recife no século XVII por Maurício de Nassau para retratar o Brasil.

Instituto Ricardo Brennand. Foto Divulgação

8. Bebericar a história da cachaça

Aula de como fazer uma caipirinha, na Cachaçaria Carvalheira
A melhor cachaçaria do Recife é aberta à visitação. Uma ótima chance de conhecer o ciclo da cana de açúcar e, consequentemente, a história da cachaça no nordeste brasileiro. A Carvalheira tem visitas guiadas em vários idiomas e mostra todo o processo de produção da cachaça, desde a extração até o engarrafamento. No final, você aprende a preparar Caipirinha Morena, e faz degustação de rótulos, na loja da marca. O passeio custa R$ 10,00 por pessoa. Recomendamos levar um repelente de insetos, pois os barris de carvalho, onde dormem as cachaças mais nobres, atraem pernilongos, o que pode incomodar os mais sensíveis.

9. Fazer um bate e volta no Estado

Caruaru tem a fama de ser a Capital do Forró. Foto SeturPE
Havendo mais tempo em Pernambuco, vale a pena esticar para destinos, como Caruaru e Porto de Galinhas. A primeira, Caruaru (130km) considerada a capital do forró, vive em constante rivalidade com Campina Grande - PB pelo título de maior São João do mundo. Vale dar um pulo lá e conhecer o polo de arte figurativa do Alto do Moura, comer carne de bode na brasa e dançar no Pátio do Forró.

Leia também: Campina Grande além do São João

A segunda, Porto de Galinhas (60km) foi eleita pelo Guia4Rodas por dez anos consecutivos como a melhor praia do Brasil. Hoje é hors concours, o que significa que não pode mais concorrer ao título. Ela é o primeiro, decide-se só o segundo lugar. Águas mornas, areias limpas, piscinas naturais, peixinhos coloridos, gente bonita, agitação, bons bares e restaurantes, hotéis para todos os bolsos. E pode tomar banho sem medo, pois os tubarões de boa viagem não chegam até aqui.

Leia também: Porto de Galinha para mãos de vaca


Porto de Galinhas. Foto SeturPE

10. Se jogar na nigth GLS


Boate Metrópole. Foto CelebsPE

Diferentemente da fama das cidades nordestinas, o Recife é um dos poucos destinos com o selo Gay Friendly, no Brasil. O ambiente é muito aberto à diversidade sexual. É muito comum ver casais gays de mãos dadas ou beijando na rua. A maioria dos recifenses já nem percebe mais... A noite recifense é cheia de opções para o público GLBT, como saunas babado fortíssimo, bares, boates e festas open bar. Um ícone da noite GLS é a boate Metrópole, comandada pela empresária Maria do Céu Kelner. Com seis ambientes, a ‘Metro’, como é carinhosamente chamada, tem fila na porta. E a pegação começa lá fora, na fila! Ui! Também há hotéis Gay Friendly em Boa Viagem. Todos são bem vindos. Todos, exceto os preconceituosos.


Nívia Gouveia
é jornalista, travel-writer e professora de língua portuguesa. Mochileira convicta, leitora incurável, sonhadora juramentada, ela pertence a uma linda labrador chocolate chamada Shakira.
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1 comentários:

  1. Eu acrescentaria o mergulho em um dos mais de 30 náufragios existentes no litoral recifense. Vale a pena.

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