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Vista da rua da Aurora, à noite. Foto SenturPE |
Uma
das sedes do mundial de futebol, a capital pernambucana certamente foi uma boa
surpresa para os turistas que estiveram aqui nessa época, e que irão vir em outras. Comumente
associada (e com razão) aos tubarões de Boa Viagem, o Recife mostra que o
nordeste brasileiro pode ser muito mais do que praia. E o é.
A cidade, que foi um dos principais portos do
mundo durante o século XVII, é atualmente a mais rica metrópole do
norte-nordeste e a terceira mais densamente habitada do país, atrás só de São
Paulo e Rio. Ocupa o quarto lugar no Brasil entre as cidades com a economia
mais desenvolvida nos lugares emergentes do mundo, de acordo com pesquisa
realizada pela Mastercard Worldwide. Tem ainda a maior taxa de alfabetização, a
maior renda média domiciliar mensal, o maior índice de desenvolvimento humano (IDH)
e a menor incidência de pobreza do norte-nordeste do Brasil.
Recife tem a segunda maior rede de metrô do
Brasil, e a terceira em movimentação. O metrô do Recife, aliás, era o único em
operação no norte-nordeste até pouco tempo (Salvador inaugurou o seu recentemente), e é a melhor opção para chegar à Arena Pernambuco,
palco dos jogos da Copa. A Arena fica em São Lourenço da Mata, um dos 15
municípios que integram a Região Metropolitana do Recife, que tem 3.859.445
habitantes, de acordo com o último Censo. Recife também é polo médico, com uma
rede complexa de hospitais públicos e privados; vem sendo sede de grandes
eventos e tem alta taxa de turismo de negócios.
Culturalmente
fervilhante, é berço de muitos artistas plásticos, atores, músicos,
compositores, poetas e escritores. Tem uma vibe
diferente, meio da noite, do alternativo, da liberdade, da libertinagem, do
cabaré, do proibido. Uma coisa cosmopolita. Uma coisa Carnaval. Mas Carnaval de
rua, daqueles que ninguém sabe quem é pobre e quem é rico, quem é preto e quem
é branco, quem é hétero e quem é gay. Porque Recife é assim mesmo: a maior
cidade pequena do mundo!
Leia também: Guia completo do carnaval de Recife e Olinda
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E
aqui você tem uma lista das 10 coisas imperdíveis na cidade. Confira:
1 . Ir à praia e só molhar os pés
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Placas de alerta à ataque de tubarões. Foto: Blog Estadão |
Recife
tem poucas praias urbanas e Boa Viagem é a mais conhecida delas. Mas se você
for à praia no Recife e vir um banhista, pode saber que ele é turista.
Recifense não toma banho de mar! Pelo menos, não no Recife. Devido ao grande
índice de ataques de tubarões, ir à praia, para o recifense, é sentar numa
barraquinha, tomar cerveja com caldinho (que aqui no Recife, não é sinônimo de
sopa), conversar e sentir a brisa. A barraca mais conhecida e bem frequentada é
a do Pezão. Todo mundo sabe onde é.
- Não
deixe de tirar uma foto em uma das muitas placas de proibição de banho. Todos
os turistas fazem isso.
Leia também: 12 curiosidades que provavelmente você não sabia sobre Recife
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2. Passear pelos rios da cidade
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Passeio pelos rios da cidade. Foto: Catamaran Tours |
Com
fama de ‘Veneza brasileira’, Recife é cortada por seis rios e vários canais.
Ainda está sendo estruturada a linha de transporte coletivo urbano pelas águas
do Capibaribe, mas, enquanto não fica pronto, dá para turistar. Para ver a
cidade de outro ângulo, vá ao bar Catamaran (bairro de São José) e faça um
passeio de barco, sob as pontes. Ou, se estiver no bairro do Recife Antigo num
domingo, há saídas da praça do Marco Zero de hora em hora, e o preço é mais em
conta (R$40,00 por pessoa).
3. Experimentar sabores diferentes
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Foto: SenturPE |
A
comida pernambucana tem sabores únicos, e vem pleiteando junto à Unesco o
título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, dado apenas às regiões
com culinária autêntica, como a mexicana. Diferente de outras partes do Brasil,
em Pernambuco se come sua gastronomia diariamente. Para encontrar essas delícias,
visite os mercados da Madalena, Encruzilhada ou Boa Vista (Recife não possui um
grande mercado central, mas vários mercados menores e bem estruturados nos
bairros), além do Restaurante Parraxaxá que tem duas unidades: uma em Boa Viagem e outra em Casa Forte.
- Não
deixe de provar o arrumadinho de charque, o escondidinho de carne de sol, a
tapioca e o bolo de rolo.
Leia também: os melhores bares do Recife
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4. (Tentar) Dançar frevo e forró
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Frevo. Foto: SeturPE |
Como
a Copa do Mundo Fifa 2014 coincidiu com a festa de São João, muitos turistas tiveram a ótima oportunidade de conhecer o forró, cujo pernambucano Luiz Gonzaga foi seu maior divulgador. Na
capital e no interior, várias festas tocando o pé de serra genuinamente
pernambucano. Para dançar nesse período, vá a um dos muitos arraias ou à Sala de Reboco
(conferir programação no site http://www.saladereboco.com.br/agenda.php). Em
contrapartida, o pessoal do frevo pode estar descansando ou em estúdio, depois
das folias de Momo. Mas se você quiser curtir uma ressaca de Carnaval, é só ir
ao projeto Quintas do Galo, promovido pelo Galo da Madrugada. Toda quinta-feira
tem show e é como se fosse Carnaval o ano todo.
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Forró. Foto: Setur PE |
5. Com mais 7km, conhecer a linda Olinda
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Centro Histórico de Olinda. Foto: SeturPE |
Visitar
Recife e não conhecer Olinda é um desperdício. A vida, em Olinda, tem outro
ritmo. Sem pressa, sem “aperreio”.
Ande devagar, fale devagar, coma devagar. Separe um dia para percorrer as
ladeiras históricas da cidade. Se algum dos guias da ACMO se apresentar e você
tiver interesse pelo serviço, vá sem medo. Pode confiar. Visite as igrejas
seculares, o Museu do Homem da Meia-Noite, o Mercado da Ribeira, os vários
ateliês de artistas locais. Sinta o clima da cidade! Para coroar o passeio, suba
ao Alto da Sé para comer uma tapioca, tirar fotos incríveis e ter a melhor
vista do Recife.
Veja também:
O que visitar em Olinda
12 curiosidades que você provavelmente não sabia sobre Olinda
6. Viajar no tempo no Recife Antigo
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Praça do Marco Zero. Foto Divulgação |
O
Bairro do Recife, onde surgiu a cidade, guarda a lembrança das várias fases da
cidade. Lá podem ser vistos os muros da cidade fortificada portuguesa, a
herança judaica dos holandeses, a decadência dos antigos cabarés da zona
portuária e a modernidade do Porto Digital, polo de desenvolvimento de
softwares. Os galpões do antigo porto estão sendo reformulados e ganhando nova
cara pelo projeto Porto Novo Recife. Já foram inaugurados o Centro de
Artesanato, o Terminal Marítimo de Passageiros e o Cais do Sertão. Vale
conferir o Marco Zero, a Rua do Bom Jesus, a Rua da Moeda, a Praça do Arsenal,
a Praça da República, o lindo Teatro de Santa Isabel.
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Rua da Aurora. Foto SeturPE |
7. Se impressionar com a arte da família Brennand
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Oficina Francisco Brennand. Foto SeturPE |
Juntos,
os primos Francisco e Ricardo Brennand têm um império de arte. O artista
plástico mundialmente famoso Francisco Brennand mantém, em sua oficina no
Engenho do Meio, um deleite para os olhos. Suas obras estão expostas a céu
aberto, num lindíssimo jardim com lago, fonte e tudo. No fim do passeio ainda
dá para fazer um lanchinho e adquirir uma de suas obras no Café Brennand.
Do
outro lado do Capibaribe, no bairro da Várzea, o primo colecionador Ricardo
Brennand construiu seu castelo, onde expõe peças de arte e armas de várias
partes do mundo. Destaque para a exposição permanente das telas de Franz Post e
Albert Eckhout, artistas holandeses trazidos ao Recife no século XVII por
Maurício de Nassau para retratar o Brasil.
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Instituto Ricardo Brennand. Foto Divulgação |
8. Bebericar a história da cachaça
Aula de como fazer uma caipirinha, na Cachaçaria Carvalheira |
A
melhor cachaçaria do Recife é aberta à visitação. Uma ótima chance de conhecer
o ciclo da cana de açúcar e, consequentemente, a história da cachaça no
nordeste brasileiro. A Carvalheira tem visitas guiadas em vários idiomas e
mostra todo o processo de produção da cachaça, desde a extração até o
engarrafamento. No final, você aprende a preparar Caipirinha Morena, e faz
degustação de rótulos, na loja da marca. O passeio custa R$ 10,00 por pessoa. Recomendamos
levar um repelente de insetos, pois os barris de carvalho, onde dormem as
cachaças mais nobres, atraem pernilongos, o que pode incomodar os mais
sensíveis.
9. Fazer um bate e volta no Estado
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Caruaru tem a fama de ser a Capital do Forró. Foto SeturPE |
Havendo
mais tempo em Pernambuco, vale a pena esticar para destinos, como Caruaru e Porto
de Galinhas. A primeira, Caruaru (130km) considerada a capital do forró, vive em
constante rivalidade com Campina Grande - PB pelo título de maior São João do
mundo. Vale dar um
pulo lá e conhecer o polo de arte figurativa do Alto do Moura, comer carne de
bode na brasa e dançar no Pátio do Forró.
Leia também: Campina Grande além do São João
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A
segunda, Porto de Galinhas (60km) foi eleita pelo Guia4Rodas por dez anos
consecutivos como a melhor praia do Brasil. Hoje é hors concours, o que significa que não pode mais concorrer ao
título. Ela é o primeiro, decide-se só o segundo lugar. Águas mornas, areias
limpas, piscinas naturais, peixinhos coloridos, gente bonita, agitação, bons
bares e restaurantes, hotéis para todos os bolsos. E pode tomar banho sem medo,
pois os tubarões de boa viagem não chegam até aqui.
Leia também: Porto de Galinha para mãos de vaca
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Porto de Galinhas. Foto SeturPE |
10. Se jogar na nigth GLS
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Boate Metrópole. Foto CelebsPE |
Diferentemente
da fama das cidades nordestinas, o Recife é um dos poucos destinos com o selo Gay
Friendly, no Brasil. O ambiente é muito aberto à diversidade sexual. É muito
comum ver casais gays de mãos dadas ou beijando na rua. A maioria dos recifenses
já nem percebe mais... A noite recifense é cheia de opções para o público GLBT,
como saunas babado fortíssimo, bares, boates e festas open bar. Um ícone da noite GLS é a boate Metrópole, comandada pela
empresária Maria do Céu Kelner. Com seis ambientes, a ‘Metro’, como é
carinhosamente chamada, tem fila na porta. E a pegação começa lá fora, na fila!
Ui! Também há hotéis Gay Friendly em Boa Viagem. Todos são bem vindos. Todos,
exceto os preconceituosos.
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Nívia Gouveia
é jornalista, travel-writer e professora de língua portuguesa. Mochileira convicta, leitora incurável, sonhadora juramentada, ela pertence a uma linda labrador chocolate chamada Shakira.
é jornalista, travel-writer e professora de língua portuguesa. Mochileira convicta, leitora incurável, sonhadora juramentada, ela pertence a uma linda labrador chocolate chamada Shakira.
Eu acrescentaria o mergulho em um dos mais de 30 náufragios existentes no litoral recifense. Vale a pena.
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