segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Passeio de buggy pelo litoral sul da Paraíba

Cruzamos o litoral sul da Paraíba, das cidades de João Pessoa ao Conde, e contamos pra você como é o passeio.
(Foto: Juntando Mochilas)

Em João Pessoa, eu fiquei hospedada no Slow Hostel e encontrei ótimos companheiros de viagem. Sabe aquela galera que acabou de se conhecer, mas parece que se conhece há uma década? Bem assim. E foi com essa galera que eu desbravei o litoral sul da Paraíba de buggy. Nada combinado. Tudo de bom! A grande responsável pela união da turma foi a Marina Gomes, dona do Slow. Ela foi quem conectou um monte de malucos e achou que aquilo daria certo.
Nossa turma começou dois dias antes do passeio, quando eu conheci a piauiense Nara, que estava no quarto ao lado do meu. Eu estava indo jantar com o pessoal do meu quarto, quando passamos pela recepção e ela estava perguntando sobre restaurantes. Arrastamos a Nara e fomos ao Bar do Cuscuz. Várias caipirinhas depois, eu e a Nara ficamos amigas. No dia seguinte, a turma do meu quarto foi embora. A Nara e eu rodamos João Pessoa de ônibus e, na volta, conversávamos sobre uma possível ida ao litoral sul. Combinamos de chegar ao hostel, tomar banho e sair pra procurar uma empresa pra nos levar.
Quando entramos no hostel, a Nara encontrou a mineira Carol, do quarto dela, que também se animou a ir conosco. Nos arrumamos correndo e descemos pra procurar um bugueiro. Passando pela recepção, esbarramos (LITERALMENTE) no brasiliense Kelvin, que vinha todo cabisbaixo, depois de ter ido procurar uma empresa para fazer o mesmo passeio. A empresa cobrava R$250 por buggy, independente do número de passageiros. Para uma pessoa sozinha, ficava muito caro, mas, e se nós fossemos juntos?

Eu, a Carol, o Kelvin e a Nara, na Praia do Amor. (Foto: Acervo pessoal)

Saímos em desabalada carreira atrás do tal bugueiro do Kelvin. Fomos encontrá-lo na praia de Tambaú. Fechamos o pacote, acertamos horário pra ele nos buscar e pagamos o sinal (50% do valor combinado). O restante do valor ficou para pagarmos ao final do passeio. E voltamos pro hostel para dormir, afinal, no dia seguinte era preciso acordar muito cedo para a nossa aventura!
No dia seguinte, 15 minutos antes do que foi combinado, o bugueiro parou na porta do hostel e avisou que a gente tinha aquele tempinho pra terminar de se organizar. Corremos e, na hora marcada, todos estávamos prontos. Saímos. A primeira parada, combinada com o motorista, foi em uma distribuidora de bebidas, onde compramos umas cervejas e gelo para abastecer o cooler que o motorista levou no carro, para a gente usar. Só aí o passeio começou.

O trecho entre a praia do Seixas e Barra de Gramame é feito pela PB-008. (Foto: Juntando Mochilas).

Iniciamos pela praia do Seixas, o ponto mais oriental do Brasil, onde o Sol nasce primeiro. O trecho percorrido de buggy é bem pequeno, porque a praia é cheia de pedras e falésias, e também porque a área é de preservação ambiental. De lá, pega-se a PB-008 até a próxima praia: a deslumbrante Barra do Gramame. A praia fica bem na foz do rio Gramame e possui uma estrutura muito boa de barracas. Você pode escolher entre o banho de mar, de rio ou numa lagoa que se forma bem ao lado da foz. O visual é magnífico! A areia é tão branquinha que ofusca os olhos.

A Nara atravessou um dos braços do Gramame. O Kelvin preferiu ficar do outro lado. Apesar de raso, o rio tem bastante correnteza. Dá medo de atravessar! (Foto: Juntando Mochilas).
Na Barra do Gramame, a Carol ensaiou tirar o vestido e mostrar todo o seu bronzeado. Rimos muito. (Foto: Juntando Mochilas)

O passeio seguiu pela areia até a praia do Amor, onde, reza a lenda, dois índios de etnias diferentes se encontravam às escondidas através de uma pedra furada. A tradição manda que aqueles que queiram encontrar o verdadeiro amor, precisam passar pela fenda mentalizando o desejo. Se é verdade, eu não sei, mas coisas boas aconteceram na vida das pessoas da turma que passaram através do buraco...

O Kelvin viajava sozinho, pois sua namorada havia sido proibida de ir junto pelo pai, militar. Ele não perdeu as passagens e foi à Paraíba. Semanas depois de passar pela Pedra Furada, a namorada descobriu que estava grávida! Eles casaram e tiveram um bebê lindo no mês passado. Funcionou para ele! (Foto: Juntando Mochilas)
A Nara fez pose, fez farra, fez doce, mas acabou passando pela Pedra. Da última vez em que nos encontramos, ela estava muito bem, viu? Só digo isso... (Foto: Juntando Mochilas)

Já no município do Conde, o buggy faz uma parada num lugar improvável. No meio do mato, o bugueiro vai falando sobre o relevo da região e se abre à nossa frente um mirante. É a vista do Castelo da Princesinha, que tira o fôlego de qualquer viajante pelas suas formas e cores. O Castelo é um testemunho cônico de terra que resiste à erosão. Não dá pra explicar. As melhores fotos ainda passam longe da grandiosidade do pico. Eu vou mostrar uma fotinho minha, mas recomendo que você vá ver com os seus próprios olhos, porque, o que os meus olhos viram, a câmera não conseguiu captar.

O Castelo da Princesinha deve ter a altura de um prédio de uns 30 andares ou mais. Juro! (Foto: Juntando Mochilas)

Bem no mirante do Castelo da Princesinha, uma moça simpática espera os turistas numa palhocinha bem simples, coberta de folhas de coqueiro. Ela vende cocadas e compotas. Uma variedade boa desses dois itens. Tem cocada de maracujá, de goiaba, de cajá. Compota de jaca, de banana, de ambrosia. E tem a melhor cocada mole que eu já comi em toda a minha vida! Divina! Se eu fosse você, não deixava de comprar pra comer na hora e pra levar pra casa. #FicaADica
O passeio seguiu até o mirante da praia de Tambaba. Famosa por ser uma praia naturista (ou seja, de nudismo), Tambaba tem duas áreas: as chamadas Tambaba Vestida e Tambaba Nua, separadas por uma escadaria e uma matinha. Se estivéssemos só as mulheres, teríamos tido coragem de ir até a Tambaba Nua. Mas estávamos com o Kelvin, né? Ficava chato. Aí ele mesmo disse que não topava entrar, porque tinha namorada e não ficaria bem... Mas para a gente ir e ele ficar uns 40 minutos lá fora esperando, também ficava chato. Deixamos pra lá. Subimos no buggy e voltamos para a Praia do Coqueirinho, aquela onde fica o Castelo da Princesinha.

Desistimos de Tambaba e voltamos para almoçar na Praia do Coqueirinho. (Foto: Juntando Mochilas).

A Praia do Coqueirinho tem uma boa estrutura de restaurantes e os bugueiros recebem uma comissão para cada cliente que eles levam. Normalmente, eles vão levar você ao restaurante que paga a melhor comissão, que também é o mais caro para o cliente. Mas você não é obrigado a comer no restaurante que ele indicar, então não deixe de pesquisar. Eu recomendo fortemente que você vá ao Quiosque Point Verde. Lá tem um garçom muito gente boa, chamado Lucas. O moleque é de São Paulo e veio de mala e cuia para a Paraíba. Rimos das trapalhadas dele durante o almoço inteiro e, no fim, apelidamos o coitado de "Porra, Lucas!". Saí de lá com as bochechas doendo de tanto rir. O cara é demais!

Fizemos questão de tirar fotos com o porra-louca do "Porra, Lucas!" para nunca esquecer dessa figura. (Foto: Acervo pessoal do Kelvin).




Depois do almoço, o bugueiro combinou um horário para voltarmos e aproveitamos para curtir as últimas horinhas do passeio na Praia do Coqueirinho. Por ser protegida pela falésia, a praia parece uma piscininha, com águas cristalinas e bem quentinhas. A faixa de areia não é das mais largas, mas quem se importa? A gente queria mesmo era tomar banho de mar e relaxar. Voltamos a João Pessoa quando escureceu, cansados, mas muito felizes. Até hoje nos falamos pelas redes sociais e torcemos por cada vitória na vida um do outro. Se é verdade que as coisas não acontecem por acaso, não foi por acaso que escolhemos estar naquele fim de semana no Slow Hostel!
A Nara, eu e a Carol aproveitamos a empolgação com as Olimpíadas e vamos montar a nossa própria equipe de "Nada Sincronizado"! (Foto: Acervo pessoal da Carol).


Nívia Gouveia
é jornalista, travel-writer e servidora pública. Mochileira convicta, leitora incurável, sonhadora juramentada, Nívia pertence a uma linda labrador chocolate chamada Shakira.
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