O Rio São Francisco é lindo, e isso a gente não cansa de dizer. Mas os Cânions de Xingó são passeio imperdível para quem vai a Alagoas ou a Sergipe. (Foto: Juntando Mochilas) |
A Rede Globo transformou em minissérie o filme Entre Irmãs, do cineasta Breno Silveira, e atraiu os olhos de todo o Brasil para uma paisagem brasileira que, aos poucos, vem sendo descoberta pelos turistas: os Cânions de Xingó. Localizados no Rio São Francisco, na parte onde o Rio divide Alagoas, Bahia e Sergipe, os Cânions são mesmo paisagens dignas de ser cenários de novela. O Juntando Mochilas visitou Xingó em 2009.
Nosso passeio partiu de Propriá, em Sergipe, onde morava uma prima. Havíamos ido a família inteira à cidade para comemorar um aniversário e ficamos por 3 dias. No terceiro dia, e depois de muita propaganda da prima, fomos à Usina de Xingó. Eram apenas 175Km de viagem entre Propriá e Canindé do São Francisco, que vencemos em cerca de 3h de carro.
Cada subestação de Energia Elétrica da Usina de Xingó é capaz de produzir 500Kw. São 6 geradores, ou seja, a capacidade total é de três milhores de Watts! (Foto: Juntando Mochilas) |
Logo ao chegar, fomos conhecer a represa e o Museu de Arqueologia de Xingó, que conta a história da região da barragem, desde a sua pré-história (9.000 anos atrás) até os dias atuais, passando pelo tempo de Lampião. Lampião, aliás, foi emboscado e morto na Grota de Angicos, município de Poço Redondo, vizinho a Canindé do São Francisco. O museu é bem interessante. Ele também conta como foi a construção da barragem, desde a idealização até sua inauguração.
Quando um catamarã passa por outro, é sempre uma farra. As pessoas a bordo acenam para o outro barco e fazem bastante barulho. É animado! (Foto: Juntando Mochilas). |
Em seguida, embarcamos em um catamarã para conhecer os famosos cânions. O barco singra o São Francisco no sentido oposto à correnteza, a partir da barragem. Percorre cerca de 18Km. Durante todo o percurso, um guia explica sobre a geografia, a geologia e a hidrografia da região, que contribuíram para a formação da paisagem. O serviço de bar do barco é ágil, mas não espere nada sofisticado. Serve só drinks simples e cervejas industrializadas.
O deck do barco é bem concorrido. Todo mundo quer tirar uma foto bonita com o Velho Chico de cenário. (Foto: Juntando Mochilas). |
Jayme foi um dos primeiros a cair na água, e caiu com estilo, dando aquela velha barrigada! (Foto: Juntando Mochilas). |
Após o trajeto, o catamarã chega ao Paraíso do Talhado, local com cerca de 40m de profundidade, onde a água é incrivelmente azul e o banho é permitido, graças à ausência de correnteza. São disponibilizadas boias, passeios de caiaque, stand-up paddle, conjuntos de snorkel e máscara e até um passeio de canoa. Preferimos cair na água e refrescar, pois o calor estava muito forte. A parada no Talhado demora cerca de duas horas, retornando para a barragem logo depois.
O Paraíso do Talhado tem cerca de 40m de profundidade e uma água muito fresquinha. (Foto: Juntando Mochilas). |
Na barragem, um restaurante especializado em comida nordestina aguarda os passageiros dos catamarãs para, aí sim, uma merecida carne de sol com macaxeira frita. Ficamos mais umas duas horas no restaurante, curtindo a música ao vivo e o visual de Xingó. Então, voltamos para Propriá com imagens inesquecíveis na mente e aquela vontade de voltar um dia, que todo mundo que vai a Xingó deve sentir... Bom demais!
Vista à jusante da barragem de Xingó, uma das usinas hidrelétricas do Rio São Francisco. (Foto: Juntando Mochilas). |
Nívia Gouveia
é jornalista e travel-writer. Mochileira convicta, leitora incurável, sonhadora juramentada, ela pertence a uma linda labrador chocolate chamada Shakira.
Cânions do rio Talhado entre Delmiro Gouveia e Olho D'agua do Casado.
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