Roma, 2010 |
A internet mudou o modo como se viaja. Se guias, troca de
cartas, conversas com outros viajantes e mesmo visita ao consulado de um país
eram meios de conseguir informações, hoje em dia tudo está a distância
de uma “googlada”. Nos anos 2000 surgiram os primeiros fóruns de viagens e
blogs sobre o tema, além das trocas de e-mails terem se tornaram uma constante e
tudo isso veio como um prato cheio para quem estava descobrindo as vantagens de
se ter a rede mundial de computadores como solo fértil de pesquisa e troca de
experiências.
Leia também: 11 dicas de viagem que não servem mais
Salzburg, 2013 |
Nos últimos 10 anos, a troca de informações se tornou cada vez mais imediata, a ponto de que, com o surgimento dos smarthphones, ela
se torna instantânea. Inicialmente com os Fotologs e o Orkut e depois o
facebook, instagram, Snapchat, whatssapp, bem como uma infinidade de canais que você pode alimentar a todo o momento.
Agora você não precisa mais sentar na frente de um
computador para enviar um punhado de e-mails ou postar algumas fotos nos poucos
minutos que pagou em uma lan house. Tudo isso pode ser feito enquanto está no
trem, caminhando no parque ou mesmo durante um voo de parapente. Legal, né? Mas
até que ponto?
Praia de Pipa, 2011 |
Eu sou um viciado confesso em redes sociais. Nívia já tem um
melhor controle a respeito. Mas ambos tem consciência de que uma viagem está
para ser curtida e não para ser registrada (ou "vitrinizada") nos mínimos detalhes. Sim, me esforço para vencer o
vício, mas saber que sou um viciado e que isso não é legal já é um bom começo. Porém,
o fato de ser blogueiro de viagem acaba prejudicando minha terapia,
principalmente em viagens patrocinadas. Preciso alimentar as redes sociais,
fazer vídeos, check-ins e por vezes mandar relatórios. Mesmo dependente
assumido, me incomoda o volume de vezes que preciso estar online.
Então quem não for blogueiro pode abandonar de vez as redes
sociais? Ai já acho bastante radical. Muitos amigos curtem as atualizações
das viagens enquanto estou na estrada. Inclusive eu mesmo curto rever o
histórico de tudo o que fiz, como numa espécie de diário. Uma
lembrança do facebook de dois anos atrás se torna um gatilho cerebral para voltar aquele momento em que a foto foi tirada, ou que aquele comentário que
escreveu foi feito, e você acaba viajando novamente.
Veneza, 2010 |
Outro fator importante das redes sociais, por mais
contraditório e irônico que possa parecer, é a questão da segurança. Lembra
quando você faz check-in em um voo e eles pedem o telefone “de uma pessoa
próxima”? Aquilo serve (e ninguém vai querer que isso precise acontecer) para
fazer contato caso a aeronave caia. E eu tenho uma visão semelhante para com
as redes sociais. Caso alguma coisa aconteça com você, as pessoas vão saber por
onde começar a te procurar com base na sua última publicação. Ou apenas servirão de um “alô, mãe, tô vivo” cada vez que sua
família ver uma nova publicação sua. Meio paranoica essa ideia, não acham? Também
acho, até que um dia essa minha ideia foi necessária na prática. Estava em
viagem com um amigo e pegamos um ônibus para o local onde iríamos nos hospedar.
Assim que descemos no terminal, ele mandou uma mensagem via whatssapp para uma pessoa
que nos receberia. Horas depois descobrimos que ele havia esquecido a bolsa no
ônibus e ficamos sem saber o que fazer. A pista que nos ajudou a identificar
qual ônibus havíamos pegado e conseguir resgatar a bolsa foi a hora que ele
enviou a mensagem.
Como tudo na vida, um meio tempo é sempre o melhor. Selfies
intermináveis e textos mil durante uma viagem pode lhe roubar momentos preciosos
que somente os olhos podem captar. Mas deixar de ser um ser social também não
pode ser o melhor caminho, a não ser que você esteja numa cruzada espiritual ou
coisa do gênero. O ponto de equilíbrio cabe a cada um descobrir o seu.
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José Jayme
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.