segunda-feira, 11 de setembro de 2017

5 curiosidades que você não sabia sobre Maceió

Maceió, capital de Alagoas, tem muitas particularidades

Essa semana o estado de Alagoas faz 200 anos de emancipação. Inicialmente território de Pernambuco, sua independência veio como punição do governo a Revolução Pernambucana que aconteceu em 1817. Mas o estado de alagoas, bem como sua capital Maceió, tem características próprias que a diferem, não só de Pernambuco, mas de outros estados do Nordeste. E com isso fizemos uma lista de curiosidades bem particulares de Maceió para aguçar sua vontade em conhecer a capital alagoana.


1. Lá você pode COMER seu passaporte.

Passaporte do careca é um dos mais famosos de Maceió
Mas não tenha medo de ficar sem viajar depois, ou de ter uma indigestão. Apesar do controverso nome, em Maceió o passaporte é basicamente um cachorro quente bem servido, com carne moída e tomate picado (além do básico pão e salsicha). O lanche hoje possui diversas variações: milho, ervilha, frango desfiado e uma infinidade de outras coisas que, certamente, irão cair no chão a cada mordia. Essa iguaria tem um pai e ele se chamava Sr. Milton Braun (falecido em 2016). Na década de 1970, após uma sociedade desfeita, Milton abriu o que hoje a gente conhece como food truck e o batizou de Passaporte Gaúcho, já que o empreendimento seria seu “passaporte” para continuar morando em Maceió. O sucesso de seu cachorro quente caprichado foi tanto, que outros passaportes foram surgindo e a iguaria foi assim popularmente batizada. Hoje tem Passaporte do Careca, do Moral, do Beto, da Quitéria, da Tia do Maikai, e por aí vai.


2. Maceió tem uma Estátua da Liberdade oficial!



Estátua da liberdade alagoana, localizada na praça em frente ao MISA (Museu da Imagem e Som de Alagoas)
Sem dinheiro para viajar para Nova York? Seus problemas acabaram! Em Maceió existe uma Estátua da Liberdade, que é muito mais do que uma simples réplica. Ela é um esboço oficial, feito pela fundição Val D’osne, a empresa que construiu a Estátua da Liberdade americana. Foram feitos dois deles, em escalas diferentes e menores, provavelmente para servir de base para a grande Estátua principal. Um deles veio para o Brasil, inicialmente para o Rio de Janeiro, mas não chegou a ser instalado na cidade e seguiu para Maceió. A outra réplica está à margem do Rio Sena, por trás da torre Eiffel, na capital francesa.


3. Clarisse Lispector seria alagoana.

Por essa você não esperava! Vamos explicar melhor. Um bebê chamado Haia Pinkhasovna chegou com sua família vinda da Ucrânia, de navio, e desembarcou na cidade de Maceió. No Brasil, todos adotaram nomes locais, e Haia se tornou Clarisse, antes de se mudar para Pernambuco. Não há registros da saída da Europa da família Pinkhasovna, de origem judia. E certamente essa viagem não foi documentada porque eles sairam em fuga da perseguição dos russos. O único registro que se tem dessa travessia é da chegada dos ucranianos a Maceió. Isso tudo gerou uma teoria de que Clarice Lispector poderia ter nascido ainda no navio, ou mesmo assim que chegou em solo brasileiro, tornando-a uma cidadã alagoana, fato contestado por vários historiadores. Haia pode até não ter nascido aqui no Brasil, mas a “Clarice”, essa sim, surgiu em Alagoas! Sempre que questionada sobre sua brasilidade, a escritora se declarava pernambucana, estado onde viveu sua infância e adolescência. 
Como diria Obi-Wan Kenobi: “Muitas das verdades às quais nos prendemos dependem do nosso ponto de vista".
Esse é Obi-Wan. Se não conhecia, veja Star Wars


4. Quatro pescadores navegaram de Alagoas ao Rio de Janeiro... numa jangada!

Chupa, Amyr Klink!!! Esse feito náutico é pra deixar qualquer 'velejador Nutella' de queixo caído. Na ocasião das comemorações do centenário da Independência do Brasil, vários Estados enviaram embarcações para o Rio de Janeiro (na época, capital do Brasil), mas nenhum foi tão ousado quando o Estado de Alagoas. Com apenas DOIS DIAS de antecedência (essa é pra você que adora planejar viagens nos mínimos detalhes) quatro pescadores decidiram embarcar para o Rio de Janeiro numa jangadinha simples, de seis paus. Ao longo da jornada, os jangadeiros enfrentaram nove tempestades, uma delas responsável por fazer eles perderem a jangada e todos os suprimentos da viagem, ainda no Estado da Bahia. Com o auxílio do governo local, conseguiram se reestabelecer e chegar a capital do Brasil após 98 dias dessa homérica jornada. Foram recebidos como heróis da República e até o Presidente da época, Artur Bernardes, fez questão de parabenizá-los. Na volta para Maceió (dessa vez num barco a vapor), a cidade os recebeu com iguais honras e hoje essa saga dá nome a uma avenida e uma escola de samba da capital alagoana.

5. Existe um memorial em homenagem a um coqueiro.

Memorial ao Gogó da Ema (fonte: Minube)

A árvore em questão tinha nome e sobrenome: Gogó da Ema, e era assim chamada devido ao seu formato curvo peculiar em S, talvez devido a um problema genético, que logo foi associado ao pescoço da ave. O visual inusitado foi atraindo muitos populares, que visitavam a árvore para passar uma tarde descontraída em seu entorno, tirando fotos, namorando ou fazendo piquenique, até que o Gogó virou ponto turístico. Sua visibilidade alcançou as mãos de diversos artistas e o coqueiro virou pintura e até mesmo música. Só que o mar não compactuava dessa paixão e infelizmente seu avanço veio a derrubar o Gogó da Ema. Houve até um enorme esforço para reerguer a árvore, mas foi inútil. Ele veio a cair novamente, encerrando seu ciclo de vida em 1955. No bairro da Ponta Verde existe um memorial em homenagem ao Gogó da Ema, provavelmente o único no mundo dedicado a um coqueiro.


Dica: um canal do youtube que recomendamos bastante (e de onde extraímos vários itens da lista ) é o Contando Alagoas. Clique aqui e conheça.


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José Jayme
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.
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2 comentários:


Um casal de viajantes que resolveu juntar as mochilas e compartilhar suas aventuras de estrada.
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