Todos os anos acontece em Belo Horizonte a Volta
Internacional da Pampulha, um dos eventos mais importantes do calendário
esportivo nacional. Além das belezas naturais do lugar, o entorno da Lagoa da
Pampulha possui intervenções urbanísticos que merecem uma visita contemplativa,
sem muita pressa. Mesmo quem não é arquiteto, se renderá aos encantos das obras
de Oscar Niemeyer, dos afrescos e azulejos de Cândido Portinari, as esculturas
de Ceschiatti, Zomoiski e José Pedrosa, os painéis de Paulo Werneck e o
paisagismo de Roberto Burle Marx. Todo esse conjunto arquitetônico configura o
que se representava como proposta de modernidade nos anos 40. Mas mesmo
que você seja um atleta de ponta, não iriamos sugerir caminhar os 18km que
contornam a lagoa. Porém, um carro talvez lhe tire um pouco do encanto do
passeio. Que tal alugar uma bicicleta?
Pé no pedal!
Boa parte do entorno da lagoa é atendido por uma ciclovia
bem sinalizada, e mesmo os poucos trechos que não tem área destinada as bikes
não são difíceis de transitar com a magrela. Uma volta completa com 5 a 6
paradas para tirar umas fotos não tomará mais do que 2h30 de passeio.
Para conseguir uma bicicleta, você tem duas opções: pode se
cadastrar para retirar uma nas estações patrocinadas pelo banco Itaú (já bem
comuns em várias capitais brasileiras) ou locando de particulares. No posto
localizado no encontro da Av. Pres. Antônio Carlos com a Otacílio Negrão de
Lima (quase em frente a pista do aeroporto da Pampulha) há uma loja chamada
Global Bicicletas com magrelas para locação em bom estado e você ainda
consegue, na “brodagem”, uma corrente para amarra-la nas paradas. Em 2015,
aluguei uma por R$10,00 a hora. Ao longo do trajeto ainda vi mais outros 3
pontos de locação de bikes particulares, mas não cheguei a perguntar os valores.
O que ver
Igreja de São Francisco de Assis: Carinhosamente chamada de “igrejinha
da Pampulha” seu formato inusitado fez com que o arcebispo não a aceitasse como
templo religioso durante 14 anos. O interior é composto por obras de Candido Portinari,
representando a via sacra e tanto a sua cor azulada como os contornos da
estrutura emolduram perfeitamente as águas da lagoa.
Museu de arte da Pampulha: inicialmente construído para ser
um Cassino, seu interior possui obras de arte Contemporânea Brasileira. Na
parte externa, os Jardins assinados por Burle Marx e esculturas de Ceschiatti, Zamoyski e José Pedrosa
completam o cenário.
Casa do Baile: situado uma ilhotazinha artificial ligada por
uma ponte de concreto, o local foi criado para abrigar reuniões sociais e
bailes dançantes. Após a proibição do funcionamento do cassino, a Casa acabou
sofrendo com a queda de público e hoje, após a reforma de 2002, recebe
exposições temporárias, divulga publicações, desenvolve seminários, encontros e
outros eventos relacionados a urbanismo, arquitetura e design, áreas do
conhecimento humano na qual a nova proposta da casa objetiva fomentar.
Iate Tênis Clube: expoente da arquitetura de Oscar
Niemeyer, é uma atração apenas do tipo “passei na frente” pois a área é
particular e a visitação não é aberta ao público. Repare no teto cujo caimento é
invertido em relação aos telhados tradicional. Esse tipo de coberta é conhecida
como Asa de Borboleta.
Casa Kubitschek: O então prefeito que estimulou todas essas
obras não perderia a oportunidade de encomendar uma para ele mesmo, e assim
construiu uma casa de veraneio a beira do lago. Hoje, a Casa Kubitschek se
tornou um museu onde o visitante pode ter contato com o estilo de vida das
décadas de 40, 50 e 60.
A cervejaria Backer em Belo Horizonte
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José Jayme
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.