segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sobrevivendo a Ciudad del Este

Alfândega do lado paraguaio da Ponte da Amizade, fronteira mais movimentada das américas

Existem duas verdades a respeito desse paraíso da muamba: o primeiro é que muitos dos brasileiros que já foram ao Paraguai apenas conheceram a cidade logo após a Ponte da Amizade. O segundo é que quem vai a Ciudad Del Este, tem o interesse absoluto de fazer compras.

Sim, para quem quer fugir do tradicional turismo de compras, existe algo além dos uísques e de celulares de procedência duvidosa: esportes de aventura, belezas naturais e a maior hidrelétrica do mundo.

Mas não vamos nos iludir: o objetivo da maioria é chegar com as malas vazias e retornar com elas cheias. E até com mais malas. Então vou aqui explanar minha experiência de dois dias nesse misto de paraíso e inferno sul-americano dos sonhos de consumo.

Nossa estratégia básica

Perdido em meio a tanta muamba
Antes de mais nada, vamos às regras básicas – ou melhor dizendo, legais – do jogo. A cota estipulada pelo governo brasileiro para produtos trazidos por via terrestre (ou mesmo atravessando a ponte e embarcando aéreo por Foz do Iguaçu) é de U$ 300,00. Retornando pelo aeroporto de Ciudad del Este, este valor aumenta para U$ 500,00, se enquadrando no limite de qualquer viagem aérea internacional.

A cota é pessoal, intransferível e utilizável num período de 30 dias. Na cota não entram celulares, câmeras digitais, roupas, artigos de higiene e demais itens de uso próprio, em quantidade compatível com o período da viagem. Não dá para enganar as autoridades alfandegárias com 50 bermudas na mala para uma viagem de uma semana.

Tive dois dias na cidade com minha esposa e separamos o primeiro para reconhecimento de campo, evitando grandes compras. No segundo, colocaríamos o cartão de crédito para trabalhar. De cara escolhemos um hotel no centro da cidade que, apesar de um pouco mais caro, valeu muito a pena como ponto de apoio.

Não é seguro andar o dia todo com mercadoria na mão, nem há disposição suficiente para ir e retornar a um hotel distante várias vezes ao dia para deixar os produtos. Então, hotel no centro é mais que fundamental. Não economize nesse item.

A princípio, a cidade parece funcionar de forma desordenada e assusta o viajante mais acostumado com passeios tradicionais. Taxistas lhe assediarão aos montes, oferecendo indicações de lojas e serviço de transporte de mercadorias para Foz do Iguaçu, até porque muita gente prefere se hospedar do lado brasileiro. Mas se você tiver optado pela hospedagem junto aos hermanos, o transporte não será um problema.

Caminhando pelas ruas, a impertinência está em todas as calçadas. Basta olhar meio segundo para dentro de uma loja e alguém do lado de fora lhe perguntará o que te atraiu. Não dê atenção. Fique certo que terá que dizer pelo menos uns três “nãos” para se livrar do sujeito. Se der o mínimo de atenção, esse número vai para cinco “nãos”.

Lojas e produtos

 Toda a área de interesse dos sacoleiros está logo após a Ponte da Amizade – seguindo pela San Blás e seu entorno, você estará no centro comercial de Ciudad Del Este. Passe no Balcão de Informações Turísticas localizado no posto de imigração da Ponte da Amizade e pegue um mapa bastante útil e bem detalhado com as localizações de todas as galerias, lojas e centros comerciais.

Para perfumes e vestuários de marcas famosas, com preço acima da média mas a garantia de produtos originais, você tem que ir no Shopping Monalisa. Produto eletrônico é outro item que não vale a pena arriscar, mesmo em lojas de shoppings ou galerias de boa aparência, com vendedores que se derramarão em argumentos para provar que o produto é de qualidade. Um bom exemplo foi um celular que compramos na Galeria Barcelona. Ligado, testado, verificado e novamente conferido, descobrimos depois de chegar no Brasil que o processador dele não era compatível com o equipamento.

Para evitar esse fiasco, a indicação é comprar na Mega Eletrônicos ou na Nave Informática, lojas de fama e renome no meio. Se procura por bebidas, chocolates e maquiagens, já dá para baixar mais as rédeas. Várias lojas vendem esses produtos originais, como o Shopping Del Este, Mix Shop e Loja Macedônia, essa última, além da grande variedade, é a única na América Latina que tem uma representação da marca Flormar.

Pelas ruas você encontrará todo o tipo de bugiganga, principalmente muitas que certamente serão barradas na alfândega sem precisar extrapolar a cota, como armas de brinquedo e dispositivos de defesa a choque elétrico. Roupas mais simples como bermudas e cuecas valem a pena serem compradas nos camelôs se você não tiver apego às marcas. Não são de qualidade superior, mas duram mais do que o previsto.

Conhecendo Itaipu


Estação de ônibus local onde passa o transporte para Itaipú
 Se aquela vontade de sair do lugar comum lhe bateu, então não perca a oportunidade de conhecer uma das maiores obras de engenharia do planeta: a Hidrelétrica Binacional de Itaipu.

Construída durante o governo militar do Brasil e do Paraguai, a usina é a maior do mundo em geração anual de energia e é administrada por ambos os países. Para chegar lá, o translado pode ser feito por pacote turístico a ser adquirido no hotel ou fechando diretamente com algum taxista, mas a opção mais barata é de ônibus interurbano. Vá à estação de ônibus urbano (descendo pela San Blás) e procure o que segue para Hernandarias. Peça parada em Itaipu e o motorista lhe indicará.
Entrada do centro de visitação da hidrelétrica

No centro de visitação da usina, há excursões diárias (e gratuitas!) de hora em hora, das 8h às 17h (esse último horário apenas no verão) com exposição de vídeo sobre a central e um passeio de ônibus nos principais pontos da barragem. Outras opções de passeio são a “Iluminación Monumental” que inicia às 19h30 (18h30 no inverno) e termina às 22h, mostrando a iluminação noturna da represa; e o “Circuito Especial”, um passeio mais completo que deverá ser agendado antecipadamente pela internet e lhe dará a oportunidade de conhecer as instalações da empresa. Esse passeio tem um custo de R$ 64,00.

Passeio com guia e ônibus passa sobre a barragem

Vista a jusante do rio paraguai

Mirante com vista para os vertedouros

Sim, a hidrelétrica pertence, é administrada, e está exatamente na divisa entre Brasil e o Paraguai 
Observação: este artigo foi inicialmente criado para publicação no portal de viagens O Viajante

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José Jayme
engenheiro civil, travel-writer, nerd de carteirinha, amante da boa comida e esportes em geral. Colaborador do guia e portal O Viajante.
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